Há quem afirme que o corpo é o nosso maior patrimônio. Eu faço uma ressalva: não só é o maior, mas o único. Compartilhamos mais nossa vida com o nosso corpo do que com outro bem qualquer. Tudo o mais que consideramos nosso fica por aí, quando partimos. Levamos conosco apenas uma muda de roupa, sapatos (há quem não os têm), no dia da despedida da fase carnal; a alma para um lado, o corpo para o outro - restos mortais que a terra transformará em pó. Mas enquanto vivemos o corpo exige uma série de cuidados. A ambição e a soberbia não levam a nada; não compramos saúde. O importante é viver bem, com saúde, harmonia e paz. Para isso, precisamos entender um pouco de nós mesmos; mais do que habitualmente já sabemos. Neste particular, somos preguiçosos. Um tigre sabe mais de seus riscos e possibilidades do que um ser humano. Até os mais entendidos de saúde, aqueles que cuidam da saúde alheia vacilam; poucos sãos os que estimulam a qualidade de vida como melhor forma de driblar a doença. Que tal olharmos um pouco para dentro de nós mesmos?...
George Vithoulkas, homeopata, dá uma boa idéia da hierarquia que há no nosso organismo; vejamos a ordem de importância: em primeiro lugar, o cérebro; depois o sistema glandular (hipófise), o coração, os pulmões, o fígado, os rins, ossos e por fim, a pele. Cito aqui apenas os representantes maiores de cada sistema que compõe o nosso corpo. Agora, vejamos a localização de cada um desses órgãos. Quanto mais importante, mais protegidos eles são. O cérebro e a hipófise: ficam dentro da calota craniana. O coração e os pulmões: sob a proteção dos arcos costais; o fígado e os rins, também estão bem alojados no abdome. Escondidos, dessa maneira, acabamos os ignorando ou não lhes dando a atenção devida. Não os vendo, não aprendemos a escutá-los, a senti-los, a admirá-los, o que significa não mantermos com eles uma relação de harmonia, respeito e compreensão. Até parece que esses órgãos não existem. Damos mais atenção àquilo que vemos no espelho? O nosso perfil, as feições, a estética; não que esta não seja importante, mas temos devotado a esta parte de nós mais atenção que a outros segmentos de nosso corpo, exatamente as frações que mais nos enobrece. Considerando a hierarquia citada, estamos nos vendo ao avesso; pelo avesso da importância que devemos nos ver e nos cuidar; cremos que é função do médico nos manter saudável; assim, não precisamos nos preocupar! Vã ilusão. Mas quando adoecemos, corremos em busca de socorro, muitas das vezes, tarde demais. O corpo é sim, um patrimônio nosso. Logo, cabe-nos, no dia-a-dia, dedicar a este mais atenção, começando por entendê-lo.
É comum pessoas se conformarem com sintomas tipo: dores articulares, abatimento, distúrbios orgânicos e creditar isto à velhice. Envelhecimento não é adoecimento. Michael Roizen, no livro, Idade Verdadeira, recomenda que atrasemos o nosso relógio biológico, o que quer dizer: cuidar da saúde e não creditar à idade cronológica os nossos problemas de momento. Devemos parecer mais remoçados e saudáveis que a idade aparenta. Não interessa quanto anos de vida temos? Interessa sim, o estado fisiológico, biológico, o que quer dizer: estarmos assintomáticos, ativos, produtivos, felizes... Mesmo assintomático, devemos visitar o médico anualmente para exames complementares, cuidando da prevenção ou diagnóstico precoce de uma possível doença cardiovascular, por exemplo. Mas nunca ficar só na dependência das ações medicamentosas; o objetivo é não depender do medicamento. O nosso organismo não combina com química; combina sim, com alimentação saudável, divertimento, atividade física, gozo, hobby. É importante saber que além dos nossos órgãos (e respectivos sistemas) existe nos recôncavos do nosso corpo, um imenso laboratório de substâncias naturais que nos mantém vivos; substância estas que ficam desorientadas, sem a função devida, quando fazemos uso de medicamentos ou ficam estagnadas, quando ficamos parados. É nesse momento que adoecemos ou ficamos mais propícios ao adoecimento.
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